Uma história que pode não ter mudado minha vida completamente, mas no mínimo a fez muito diferente!
Era apenas mais uma tarde, como outra qualquer, pensava eu. Voltando da faculdade, dirigindo-me ao trabalho, ao chegar no mesmo, dou uma checada nos e-mails, faço alguns serviços e no tempo rápido de ócio, navego um pouco por alguns sites da internet. Logo chego ao Oasis News, site do famoso Alisson, sempre na frente dos outros em tratando-se de Oasis. Naquele dia um anúncio me chama a atenção: "Headphone - Procura-se Baterista". Uma banda que estava procurando um novo integrante para comandar as baquetas. Até aqui natural, leio a descrição e o que os caras buscavam. Interesso-me fortemente e penso em arriscar mandar um e-mail para o Daniel, líder da banda. Para minha surpresa, recebo um e-mail de resposta poucos minutos após minha mensagem ser enviada. Com bastante empolgação, o mesmo agradecia meu interesse e dizia ser fã de Oasis também e pediu-me para adiciona-lo no msn, onde trocaríamos uma idéia com mais calma e marcaríamos um teste, com a condição de eu tirar todas as músicas da banda. Nada mais justo, na minha visão.
Com os dias, a banda foi cativando-me de um jeito muito bacana e eu senti algo diferente, que poderia estar lá com eles. Dediquei-me bastante para tirar as músicas e o engraçado era que não o fazia por obrigação ou algo do gênero, mas por realmente gostar do som. As músicas não saiam do meu mp3 (e estão lá até hoje). Depois de dias de conversas com o Daniel por msn, marcamos uma data para o tão esperado teste. Ali eu tremi. A dedicação dobrou e eu decorava cada virada, cada batida no chimbau, prato, bumbo, surdo. Eu precisava entrar nessa banda!
No dia, recebi apoio de toda família, amigos e fui para a Teodoro Sampaio. Tímido, nervoso, encontrava-me lá, com uma vontade absurda, a qual devo muito a minha terapeuta e pela sessão que antecedeu o teste. Bom, vamos lá, agora é a hora que aguardei. Dentro de poucos minutos, o fim de uma espera e o começo de outra. Uma resposta do Daniel e da Ana, que desde o começo mostraram-se muito amigos e me tranquilizaram.
Na casa de meu amigo, fazendo um trabalho para a faculdade, recebo uma mesangem no celular do Daniel, dizendo que gostaria de falar comigo. Ligo em seguida e cai na caixa postal. Ansioso. Recebo o telefonema de volta e a notícia: "Tôca, você foi eleito o cara para comandar as baquetas do Headphone, você topa?".
(Um minuto de silêncio...)
(!!!)
Pronto. Agora é só correr pro abraço! Naquele instante tornava-me integrante da família Headphone e já vestia a camisa fielmente. Comemoração com os amigos, depois família, depois cachorro, depois sozinho pulando no quarto e por aí vai...
Os primeiros ensaios surgiram e a alegria crescia. Porém, ao olhar para aquele microfone vazio e a guitarra solo sem ninguém, sentia falta de algo. Engraçado que quando as coisas estão dando certo, as vezes elas só tendem a melhorar, por incrível que pareça. E foi o que realmente aconteceu. Através de um nick de msn que deixei, "procura-se guitarrista", meu amigo Gustavo Ferreira, vulgo Gosma, pergunta-me da banda, pede suas mp3 e identifica-se de uma maneira sem igual, incrementando a música "Me Perder", com um dedilhado, tornando-a mais bela ainda, o que cativou a todos. Converso com a banda e logo Gosma tem sua oportunidade de fazer o teste, para assumir as guitarras. Okay, foi uma mamata gigante, mas faz parte. As palavras do Daniel, cortando o ensaio, ressoam nos ouvidos até hoje: "Gosma, você pode tocar com a gente, se quiser".
Não, era bom demais para ser verdade. Sorrisos, abraços, conversas e mais conversas sobre um futuro incerto. Viagens, fama, dinheiro, sucesso, mulheres, rock n roll. Quem sabe, o começo de uma história?
Os dias que se passaram, nem preciso dizer. No carro, eu e o Gosma, ouvindo Headphone no último volume, esguelando-nos, cantando (ou tentando), para as pessoas ouvirem, nos direcionávamos aos ensaios na Zona Norte. Músicas novas, letras absurdas, com identificações de todos. Melodias que soam como poesias nos nossos ouvidos.
Sim, isso é Headphone.
Uma banda que retomava sua história e os caminhos pela estrada do rock. Um bando de sujeitos que criam uma amizade, que logo ultrapassa os limites da banda e fortalece-se cada vez mais. Agradecimentos são poucos pelas oportunidades que me são concedidas.
Mas calma, o melhor estava por vir. Uma data. Um local. Studio SP, dia 02 de outubro, show de estréia. Um sonho a ser realizado. Era bom demais para ser verdade. Ensaios com grandes dedicações, idealizações de como seria a noite, o medo do sucesso ser tão estrondoso e as mulheres não aguentarem e pularem no palco atrás do guitarrista. Ansiedade novamente. Convites feitos, tudo nos trinques. A última virada na bateria no ensaio indicava, agora é com vocês na terça a noite. Vamô que vamô, certo? Convites feitos a familiares, parentes, amigos, vizinhos, desconhecidos, é a grande volta de Headphone aos palcos, agora com a formação nova, com direito a fotos de divulgação e tudo mais. Nervosismo. Mensagens de celular. Espera. Aquecimento. Planos. É a nossa vez. Como já cantava uma banda: "Tonight, I´m Rock n Roll Star".
A tradicional roda, abraçados, momentos antes da estréia. Sentimentos compartilhados. Palavras de motivação, empolgação. Um filme passando na cabeça. Aplausos. Contagem na baqueta. As músicas passam rapidamente. O sorriso do guitarrista, as caretas do baterista, o estilo e habilidade da baixista e o som vindo do coração do vocalista, descreviam muito bem aquela noite. Interações? Posso garantir que não faltou, tanto com o público, quanto entre nós. Aplausos novamente.
O soar do prato indica, acabou, ou melhor, é apenas o começo. Uma banda. Um sonho realizado. Uma aposta. Uma história que está sendo escrita por quatro sujeitos (in)comuns de São Paulo.

Thiago "Tôca" Santos
7 comentários:
Poxa, fiquei tão emocionada lendo sua narração que nem parecia que eu estava lá! hahahaha
Ursinho, vc e o Gosma foram um puta presente. Vcs mudaram a história da banda, que teria perecido fronte a percalços sem que vcs entrassem nela.
Fico feliz não somente por tê-los como músicos, mas como amigos. A energia é tão boa que só coisas positivas acontecem agora com o Headphone. É assim que tem de ser.
Não tem como não dar certo, escrevam o que estou dizendo.
Cara !!!
simplesmente nao tenho o que falar....
HEADPHONE!
É a melhor coisa que me aconteceu esse ano!
Caraaaaaaaaca!
até me arrepiei NArizinho, fala sério!
Olha, não eh pq eu sou irmã do Gosma e tiete master, mas de verdade, o show foi animal!!!!!!
Que venham milhões de outros!
Beijo!
Esqueci de comentar...mulheres pulando em cima do guitarrista???
uauhauhauhuhauhauhuhauhauauhuhauhauhauhuaauua
75 pessoas e 62 pagantes! Aeeeee!
E ae meu gatão gostoso !!!! Man... q texto mais fodástico.. e com certeza a mesma energia q vc transmitiu aqui, tds vcs transmitiram no PUTA SHOW que vcs deram na terça !!! Sucesso para tds vocês e muita garra. Abraços e beijos... e que continuem sendo sempre essas pessoas fodas.
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