Ele sempre fora um cara inseguro. Não confiava em si próprio. Isto o prejudicara em diversas situações e mais especificamente no momento, em convidá-la para sair. Desde a primeira vez que a encontrara, ela havia feito moradia em sua mente. O porquê, ele e dificilmente alguém saberia dizer. Quem era ele? Alguém certamente pior que ela. (Não?) Convidá-la para sair, maluquisse. De onde havia tirado esta idéia? O não era certo, assim como a rejeição sempre o fora em sua vida. Ao menos, isto era o que pensava. Mesmo longe, ela se fazia presente, seja no ônibus ao voltar para casa do trabalho, seja ao pôr-do-sol em um domingo qualquer na praia, seja escovando os dentes antes de dormir, seja em sua própria mente... A idealização estava feita, era irreversível. Como diria um grande amigo meu, a idealização gera expectativa e a mesma se não correspondida, frustração. E disto, o rapaz entendia bem. Sentia-se diferente após um encontro com ela e isto era de fácil explicação. Simplesmente representava alguém que não ele. Queria causar uma boa impressão a qualquer custo e o medo de ser esquecido o fazia estar por demais presente, apenas o prejudicando em suas ações. Era desesperador. E do desespero, fez-se a frustração. Da frustração fez-se a desilusão. Da desilusão fez-se a desistência... apatia. Ressalto aqui, que sempre achei a apatia perigosa. Mas ela (a menina) era diferente. Ou ao menos, ele achava que era. O problema é que o lugar que ela ocupava, podia nada mais ser do que uma carência e uma vontade, não especificamente dirigidas à pessoa amada, no caso ela. Mas isto era algo muito além do que sua mente conseguiria simbolizar. Não havia lugar para onde ir, caminhos não se faziam mais visíveis, pois a sua mente estava cada vez mais obscura. Ele não pediria uma segunda chance ao seu coração, ele gritaria com toda força. Ele estava cansado de cometer os mesmos erros novamente. Decidiu chamá-la para sair. O convite foi aceito, mas o rumo que esta história tomará, não cabe a ele contar-nos agora...
Thiago "Tôca" Santos
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